Moradores do litoral entre Cumuruxatiba e Barra Velha, e das comunidades rurais de Pontinha, Primeiro de Abril e Riacho das Ostras, em Prado (BA), promovem uma programação cultural em Cumuruxatiba no próximo sábado (7), a partir das 19h. O evento encerra uma oficina de avaliação sobre o trabalho dos jornais comunitários
O OITI e
Tanara, realizados a partir de oficinas de educomunicação promovidas pelo
ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) nos últimos meses.
A programação inclui apresentações de dança afro-indígena do grupo Ser Movimento, de capoeira do grupo Abadá (Cumuruxatiba) e de maculelê do grupo os Morcegos (Primeiro de Abril), na praça próximo a escola. Haverá também um debate sobre o papel dos jornais junto aos presentes. A noite se encerra com um Circuito de Forró Universitário, organizado pelos próprios comunitários de Cumuruxatiba, que esperam arrecadar recursos para garantir a próxima impressão do jornal Tanara.
O forró será realizado a partir das 22h horas no Restaurante da Dalva, e terá quatro bandas da região tocando ao vivo: Forro’Xatiba, Forró da Vila, Amarula e Acalanto. O trabalho dos jornais comunitários
Os repórteres comunitários produziram os dois jornais, mostrando a sua visão sobre as comunidades locais e a sua relação com a cultura, o meio ambiente e as unidades de conservação presentes na região – o Parque Nacional do Descobrimento e a Reserva Extrativista Marinha do Corumbau, no entorno de onde essas pessoas vivem.
Um dos jornais foi lançado durante a Conferência Municipal de Cultura, de Prado, no dia 17 de outubro, e ambos levados à Conferência Territorial de Cultura, em Porto Seguro – evento que discutiu propostas referentes a cultura no Extremo Sul, com a participação de delegados de Prado que também são repórteres de ambos os jornais comunitários.
A idéia da oficina de avaliação é pensar estratégias para que os grupos continuem produzindo seus jornais impressos, procurando parcerias para garantir a continuidade. A FASB (Faculdade do Sul da Bahia), por exemplo, realizou uma oficina de diagramação para alguns participantes aprenderem como se faz o jornal pelo computador.
Os repórteres ainda procuram voluntários para apoiarem o grupo na realização de novos trabalhos, e parceiros para viabilizar novas oficinas, aquisição de equipamentos, impressão do jornal, entre outros. O objetivos dos jornais comunitários é o de “promover educação e mobilização social”. É o que se chama de “aprender fazendo”. O resultado são jornais com textos e fotos produzidos pelos moradores das comunidades, que mostram seu universo cultural e ambiental.
Os jornais produzidos pelos comunitários estão disponíveis para download nos blogs
http://www.jornaltanara.blogspot.com/ e
http://www.ooiti.blogspot.com/.
Um pouco sobre as UcsCriado em 1999, o Parque Nacional do Descobrimento preserva 21.129 hectares de Mata Atlântica e rios importantes para a região, como o Cahy – um dos primeiros locais do Brasil descoberto pela esquadra de Pedro Álvares Cabral. No entorno do parque há assentamentos de reforma agrária, pescadores, e pequenos e médios produtores rurais.
Já a Reserva Extrativista Marinha do Corumbau é uma área de 90 mil hectares que correspondem a 65 km de praias, localizada no banco dos Abrolhos, criada para a proteção da cultura e meios de vida da população tradicional, formada por famílias pescadoras. As duas unidades de conservação fazem parte do Corredor Central da Mata Atlântica e do Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia, que reúnem ainda outras áreas protegidas da região.
